CDVida



CICLO DA VIOLÊNCIA

Quando a mulher se encontra em um relacionamento abusivo, ela vivencia a violência como um padrão evolutivo. Apesar de a violência doméstica ter várias faces e especificidades, a psicóloga norte-americana Lenore Walker identificou que as agressões cometidas em um contexto conjugal ocorrem dentro de um ciclo que é constantemente repetido:
conhecido como ciclo da violência doméstica.
Saiba identificar e entender o funcionamento desse sistema circular:

TENSÃO


Nesta fase do ciclo, o agressor demonstra-se irritado com coisas pequenas, e pode até ter acessos de raiva. Ele também humilha a vítima e faz ameaças, e também pode destruir objetos.

A mulher, com constante receio e medo, tenta acalmar o agressor e procura evitar qualquer coisa que possa deixá-lo estressado. É comum que a vítima apresente sentimentos como angústia, ansiedade, tristeza, medo, desilusão, entre outros.

Neste momento, a mulher está em fase de negação para acreditar que está acontecendo essa situação com ela, e acaba por esconder a tensão de outras pessoas.Também é comum que a mulher acredite ser culpada pelo comportamento do parceiro.

Essa fase de "tensão" pode durar dias, semanas ou até mesmo anos. É uma fase que aumenta cada vez mais, por isso é bem provável que chegue na Fase 2.

EXPLOSÃO


Nesta fase, o agressor perde o controle, e realiza um ato de violência - a Fase 2. Lembrando sempre que a violência pode ser verbal, física, psicológica, patrimonial ou moral.

A vítima sabe que a situação fugiu de seu controle, mas sente-se paralisada, sem reação. É quando a vítima começa a desenvolver fortes problemas psicológicos, como ansiedade, perda de peso, fadiga constante, insônia, entre outros. Sentimentos solidão, vergonha, dor,medo, confusão, e pena de si são comuns de estarem presente nesta fase.

É aqui que a mulher também pode tomar decisões para contornar o agressor, como denunciar, se esconder na casa de familiares ou amigos, pedir a separação, e, em casos mais graves psicologicamente, a vítima é capaz até de causar suicídio. Neste momento, geralmente, o agressor se distancia da vítima e fica um período longe, até retornar com a promessa de que as coisas vão ser melhores, o que nos leva para a Fase 3

LUA DE MEL


Esta fase é bem conhecida como "lua de mel", mas na verdade se chama Arrependimento e Comportamento Carinhoso, porque há um arrependimento por parte do agressor que se torna carinhoso para tentar se reconciliar com a vítima.

A mulher, agora, está confusa e sente muita pressão da sociedade para voltar com o parceiro, principalmente se o casal tiver filhos. No final, a vítima acaba cedendo e volta com o agressor, acreditando na promessa de que haverá "mudança" no comportamento dele. É comum que ela tenha um sentimento de remorso por tudo que aconteceu, e acaba se responsabilizando por ele e pela relação.

Nesta fase, a mulher sente uma mistura de culpa, medo e ilusão. Contudo, a calmaria não dura para sempre, e aos poucos, a tensão retorna, assim como as agressões, e o ciclo volta para a Fase 1.

Com o passar do tempo, dependendo de como a relação segue, os intervalos entre casa fase se tornam cada vez menores, e se o ciclo não for rompido, é capaz de terminar em feminicídio.

O rompimento do ciclo da violência doméstica é um processo delicado e complexo, com a repetição frequente dessas práticas as mulheres podem sentir que não há nenhuma saída. Existe a preocupação com a integridade da família junto com a vergonha de expor publicamente os episódios de violência, o medo de que o agressor se torne ainda mais violento, concretizando ameaças, caso seja denunciado ou abandonado e também a esperança de que ele mude o seu comportamento. Por esses motivos, as mulheres podem permanecer em situação de violência e possuir dificuldades para sair deste cenário e buscar ajuda. Contudo, é importante entender que esse ciclo precisa ser quebrado, que a cada momento a mais juntos, a mulher está sob sérios riscos de vida. Buscar ajuda especializada é fundamental. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) está ao lado das mulheres e proporciona instrumentos que possam ser utilizados pela vítima de agressão ou de ameaça.



CONTATO

Contato

(21) 3774-3993

(21) 99164-2975

contato@cdvida.org.br